Notícia

Grupo de trabalho realiza análise de viabilidade da instalação de painéis fotovoltaicos para casas da Moradia Estudantil da Unicamp

Durante os trabalhos do Grupo Moradia Sustentável, composta por professores, alunos e funcionários da Unicamp, foi formado o grupo do Subprojeto de Estrutura, com o objetivo de auxiliar na análise de viabilidade da instalação de painéis fotovoltaicos para geração de energia nas coberturas das casas da Moradia Estudantil da Unicamp e, para isso, seria necessário avaliar algumas características estruturais das casas. Esta é uma das muitas iniciativas sustentáveis para a Moradia.

Para auxiliar na avaliação, foi disponibilizado um questionário online (“Formulário de Estudo Estrutural da Moras”), permitindo que os próprios moradores indicassem os problemas existentes nas estruturas. Alunos de graduação e pós graduação da Unicamp, moradores e ex-
moradores auxiliaram durante todo o processo: na elaboração do questionário; no desenvolvimento do formulário on line, fazendo campanhas de divulgação e incentivo ao preenchimento; percorrendo as casas durante seus períodos de folga para auxiliar os moradores neste preenchimento. São eles: Francisca Dulcinéia Da Cruz Gomes, Jaqueline de Andrade Estevos, Helen Tomina, Francisca Elisa Rocha (Chica), Leonardo Soares Pereira, Nath
Cordeiro, Letícia Gouveia e Ruan Medeiros. Foram obtidas respostas de 152 casas.

A Eng. civil Adriana B. Dieguez, da Coordenadoria de Sustentabilidade (CSUS) da DEPI (Diretoria Executiva de Planejamento Integrado), compilou todas as informações das respostas em um relatório e organizou todo o levantamento fotográfico das casas, o qual foi disponibilizado para o Prof. Luiz Carlos de Almeida (FECFAU/UNICAMP), que elaborou um laudo estrutural de todas as unidades.

A planilha eletrônica contendo todos os dados levantados no questionário foram disponibilizados para a equipe da Coordenadoria de Geoprocessamento da CSUS, composta pelos geógrafos Vanderlei Braga, Marcelo Albieri, Renato Campagnoli e William Chinelato e
pela estagiária Cristiane Galvão, que incorporaram as informações das respostas ao questionário na base de dados (camada) geográfica da Moradia. Isso possibilitou a criação de um painel de controle (dashboard) que mostra o mapa georreferenciado com a distribuição geográfica das casas, além de indicadores e gráficos criados a partir da camada geográfica.

Uma das suas principais funcionalidades é que, ao clicar em cima de qualquer gráfico, o mapa é filtrado com o atributo escolhido no gráfico. Por exemplo, no gráfico “Casas que possuem cômodos com trinca no piso”, ao clicar sobre a porção “Sim”, o mapa irá mostrar apenas as casas que possuem este problema, conforme o questionário. O dashboard está disponível no Atlas da Unicamp (atlas.unicamp.br) ou diretamente neste link.

Além do objetivo proposto neste levantamento, toda essa documentação técnica produzida poderá orientar e subsidiar decisões e contratações das reformas necessárias na Moradia, não somente para conservar, mas também para transformar a Moradia em um local
estruturalmente, socialmente e ambientalmente sustentável.

Ginásio da FCA em fase de desenvolvimento de projeto executivo

Concebido por alunos da faculdade de arquitetura da FecFau, o Ginásio da FCA está em fase de desenvolvimento de projetos executivos para a viabilização da construção.


O Ginásio é uma antiga demanda do curso de Ciências do Esporte, que atualmente aplica suas aulas práticas em espaços fora do campus da FCA em Limeira.

A partir da execução da obra, o ginásio poderá ser usado para diversos fins tais como: colações de grau, seminários, palestras e etc.
O edifício projetado será composto por áreas administrativas, salas multiuso e vestiários, além de comportar 4 quadras de vôlei e/ou basquete e também 2 quadras de futsal e handball. A parede externa do ginásio será preparada para a prática de escalada.

O complexo também contará com espaço de atletismo com uma pequena pista de corrida, pista de saltos e área para lançamentos.

Projeto executivo do Ginásio da FCA em Limeira

Participação da DEPI – GEARE no SEMEIA 2022 rende visibilidade para programas de sustentabilidade na universidade

Desde 2016, a GEARE participa da Semana do Meio Ambiente – SEMEIA, com a Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura Municipal de Campinas, com ações socioeducativas. No período de 4 a 15 de junho de 2022, foram oferecidas 123 atividades com a participação presencial e virtual de mais de dez mil pessoas. O tema da SEMEIA 2022 foi “O Clima muda… e você?”. Neste ano, a Unicamp indicou os professores doutores Edson Thomaz da FEQ e Herling Gregorio Aguilar Alonzo da FCM, que foram homenageados com o Diploma de Mérito Socioambiental “Professor Paulo Nogueira Neto”.

A semana em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente – Unicamp 2022, encerrou suas atividades com o evento realizado na Praça da Paz da Unicamp, promovido e organizado pela Diretoria de Planejamento Integrado (DEPI) e a Gestão Ambiental e de Resíduos (GEARE) no dia 15/06/2022.  Com o tema “Eu e a sustentabilidade na Unicamp”, o evento ofereceu atividades socioeducativas, em parceria com diversos órgãos da universidade. Na abertura, o Prof. Dr. Douglas Galvão, Diretor da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado – DEPI, destacou os diversos programas e projetos da DEPI e da Unicamp relacionados à sustentabilidade em seu compromisso em ser uma universidade referência. O dia contou com a participação de aproximadamente 150 pessoas.

Audiodescrição: Em um teatro de arena, imagem em perspectiva e em plano geral de 30 pessoas sentadas nas arquibancadas circulares de concreto do local, voltadas para a direita da imagem. Ao fundo, há várias árvores de grande porte. Todos usam máscara de proteção respiratória e vestem roupas casuais de inverno. Imagem 10 de 19.
Audiodescrição: Em área externa, imagem frontal e à curta distância de um homem em pé que fala ao microfone sem fio segurando-o com a mão direita, enquanto gesticula com o braço esquerdo mantendo-o dobrado e projetado para frente, com a mão aberta. Ele está sob um amplo guardo sol. Às costas dele, em imagem desfocada, há um banner retangular. Ele usa óculos, máscara de proteção respiratória e veste um terno marrom. Imagem 14 de 19.

As atividades planejadas pela GEARE foram desenvolvidas de forma integrada com unidades e órgãos, para promover e dar visibilidade aos programas e projetos realizados cotidianamente, relacionados às questões da gestão ambiental local.

A GEARE desde 2014 incentiva as unidades e órgãos da Unicamp a capilarizar ações educativas locais aproveitando a semana comemorativa, onde destacamos:

A Faculdade de Tecnologia (FT) organizou a SEDEMA 2022, evento organizado pelo projeto de extensão GTCMA (Grupo de Tecnologias e Cuidados com o Meio Ambiente), com o apoio da FT. 

O CECOM realizou uma gincana on line, com funcionários do órgão, nos dias 04 e 11/06/2022, cujo tema “SER/AGIR SUSTENTÁVEL(MENTE)” foi de provocar a sensibilização quanto às iniciativas sustentáveis.

O NEPAM produziu vídeos para sensibilizar para o Dia Mundial do Meio Ambiente, onde cientistas da coalizão Ciência e Sociedade fazem um alerta sobre a urgência de se resgatar princípios e ações de proteção de ecossistemas naturais e populações vulneráveis.

Programação SEMEIA 2022: https://ambientecampinas.wixsite.com/semeia2022/programa%C3%A7%C3%A3o

Programação GEARE:

Floresta Urbana Unicamp A “Natureza” presente em nossas vidas – Hélio Cavalheri Júnior – Projeto Catalogação das árvores na Unicamp –  (com QR CODE) – DEPI – DMA – FECFAU https://floresta-urbana-unicamp-arcgis.hub.arcgis.com/ 

SEDEMA 2022 – FT Unicamp:

https://www.ft.unicamp.br/pt-br/noticias/semana-de-desenvolvimento-em-meio-ambiente-2022

Prefeitura do Campus:

Secretaria Executiva de Comunicação Unicamp (SEC):

https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2022/06/08/semana-do-meio-ambiente-da-unicamp-propoe-um-dia-na-praca-da-paz

https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2022/06/21/um-dia-na-praca-da-paz


NEPAM:

Casa do Lago Unicamp:

https://www.unicamp.br/unicamp/eventos/2022/05/31/domingo-no-lago-tem-programacao-especial-em-homenagem-ao-dia-mundial-do-meio

Agradecimentos:

Secretaria Executiva de Comunicação – informações para divulgação em diversas mídias, entrevistas, filmagens e reportagens com os atores da Floresta Urbana Unicamp; 

CECOM – Canto da Saúde, onde as enfermeiras Inajara e Meire reforçaram os cuidados com a saúde individual e coletiva, mesmo em eventos abertos;

FEF – atividades de alongamento com o funcionário Carlos Zamai e a aluna Vívian Xavier;

Funcionário Florêncio (GEARE), que contribuiu contando sobre a história da Praça da Paz;

FECFAU – funcionário Hélio Cavalheri que desenvolveu o Projeto Floresta Urbana em parceria com Vanderlei Braga (CSus), onde, em plataforma informatizada, identificou e catalogou as árvores daquela faculdade e de algumas árvores da Praça de Paz, com identificação por meio de placa QR-CODE, favorecendo o acesso às informações;  

FEAGRI – funcionário José Maria, do Projeto Recicle, que confeccionou móveis com a reutilização de paletes; 

CSUS – atividade educativa relacionada ao Campus Sustentável e Projeto Energia Limpa, coordenado pelo Prof. Luis Carlos, com os alunos de pós-graduação da FEEC, Paulo Ricardo e João Frederico; 

Restaurante Universitário – fornecimento de frutas da época para posterior compostagem;

FEM – aluno Júlio Ghigiarelli Majeau, com o registo e filmagem aérea do evento na praça;

O Coletivo Humus – alunos Gabriel e Wesley da FECFAU e outros alunos da FEAGRI, que apresentaram um protótipo de composteira;

Prefeitura do campus através da DMA/Áreas Verdes – plantio de duas árvores e caminhada educativa conduzida pelo funcionário Lauro e a aluna Amanda Mello, num roteiro visitando dez árvores identificadas com QR-CODE do Projeto Floresta Urbana Unicamp;

Projeto Olhos do Futuro, apresentado pela professora Danusia que também desenvolve o projeto Moradia Sustentável, coordenado pelo Prof. Dr. Luis Carlos;

FEEC – aluno Arlindo Baré que atua no projeto Campus Sustentável Energia Limpa.;

Agradecimento especial à equipe de Limpeza Urbana, coordenada pela Sra. Fernanda Paschotte.

Livro reflete sobre o planejamento urbanístico do campus e papel social dos espaços abertos da Unicamp

Sob a óptica da Arquitetura, o resgate do espaço público das cidades e o uso cidadão dos ambientes urbanos constituem o debate central de Por uma Arquitetura dos Espaços Abertos – a reabilitação do campus da Unicamp no século XXI, lançado em 2016 pela Editora da Unicamp, dentro da programação de eventos comemorativos aos 50 anos da Universidade. Escrita pela arquiteta Flávia Brito Garboggini, a obra apresenta o histórico da ocupação do campus ao longo de cinco décadas de existência, discute problemas urbanos enfrentados pela Universidade e apresenta cenários prospectivos possíveis para a qualificação socioambiental do campus pelo redesenho de seus espaços abertos. Disponível no catálogo da Editora da Unicamp, em breve o livro estará disponível em versão digital.

Baseada na tese de doutorado da pesquisadora, defendida em 2012 dentro do programa “Arquitetura, Tecnologia e Cidade” da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da Unicamp, a publicação traz conceitos gerais de Desenho Urbano e discute a complexidade contemporânea das cidades. O campus da Unicamp foi o fragmento escolhido pela pesquisadora, que também atua como arquiteta da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi) da Unicamp. A metodologia utilizada no trabalho foi o de “pesquisa-ação”, com caráter teórico-prático, que explorou processos colaborativos de desenvolvimento de projetos urbanos, explica Flávia. “Partimos de um estudo de caso, especificamente sobre a área do Ciclo Básico e seu projeto de requalificação, mas observamos uma potencial discussão sobre como motivar a apropriação dos espaços de uso coletivo para ações de cidadania e socioambientais”, explica a pesquisadora, cuja tese, atualizada em linguagem e conteúdos para a versão livro, contou com orientação da professora Silvia Mikami Gonçalves Pina.

Flávia também observa que a valorização dos espaços abertos de uso coletivo foi incorporada de forma inédita como uma das prioridades da Universidade, a partir da última década, se tornando uma diretriz importante do Plano Diretor Integrado 2021-2031, que tem como meta promover a acessibilidade e qualificar os espaços de vivência universitária dos campi. “Na cultura das instituições de ensino público no Brasil, em especial nos campi  implantados em áreas isoladas da cidade, no Século XX   o foco residiu na implantação das edificações deslocadas, muitas vezes, de seus contextos locais. Em um momento de retorno presencial das atividades acadêmicas na Unicamp, após dois anos de trabalho remoto por conta da pandemia de Covid-19, vemos o quanto espaços abertos devem e estão assumindo um papel prioritário no planejamento integrado do campus”, analisa a pesquisadora. “É fundamental que arquitetos e urbanistas projetem, de forma colaborativa, espaços mais sustentáveis e acessíveis a todos , procurando viabilizar sistemas alternativos de mobilidade urbana que integrem o pedestre e o ciclista, com utilização racional de energia e recursos naturais , tendo como meta a criação de espaços que proporcionem e maior integração das pessoas no espaço universitário ”, conclui.

AC/SIARQ apoiou a pesquisa com fotos e documentos sobre a ocupação do campus 

A disponibilização de fotos e documentos históricos foi feita pelo AC/SIARQ em vários momentos da pesquisa. Flávia destaca o ineditismo da divulgação de parte do histórico da ocupação do campus. “Por meio desse atendimento, tivemos acesso à documentação sobre como as construções dos prédios eram encaminhadas e como a estrutura física do campus foi sendo concretizada. Informações sobre a atuação de João Carlos Bross, arquiteto e responsável pelo primeiro projeto urbanístico da Unicamp, também foram primordiais para o trabalho”. 

Além de seguir com seu trabalho como arquiteta, inserida no novo Plano Diretor Integrado do campus, Flávia também conta com o apoio do AC/SIARQ para um novo projeto: a elaboração do “Inventário do Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico da Unicamp”, a fim de propor diretrizes e preservar o que há de valor urbanístico e arquitetônico na Universidade.

Arte Publi FlaviaGarboggini

A notícia original foi escrita e divulgada pelo SIARC pelo link que você pode acessar clicando aqui!

Geógrafo da DEPI, Marcelo Albieri, desenvolve APP para coletar informações  geográficas e dos atributos das árvores

Mais de 14.400 árvores compõem a flora da Unicamp. Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Pampa, Caatinga e Pantanal: espécies de todos os biomas brasileiros e de países como Austrália e África do Sul podem ser apreciadas. Árvores nativas e exóticas propiciam um ambiente saudável a quem acessa o campus de Campinas. Mas onde localizá-las e como identificá-las? Para levar essas informações à comunidade, o projeto Floresta Urbana está cadastrando as espécies em um aplicativo. Além disso, um projeto de arborização promete enriquecer ainda mais a flora dos três campi da Universidade.

Dos coloridos ipês a espécies nativas pouco conhecidas, como o jerivá, e estrangeiras, como baobá, um passeio pelo campus possibilita uma experiência sensorial e de aprendizado, além de frutos como pitanga, manga, cajá e jambo.

Por meio do projeto Floresta urbana, placas de QR Code estão sendo afixadas nas árvores para proporcionar a pesquisadores e leigos uma observação mais apurada das plantas. Ao apontar a câmera do celular para a placa, o usuário acessa dados como espécie, época de floração e frutificação, além de informações sobre o sentido cultural das árvores para diferentes grupos. 

O projeto também resultou em um mapa em que é possível conhecer a localização das árvores. Ele está disponível no Atlas da Unicamp e pode ser acessado diretamente neste link. “A Unicamp, à medida que realizava obras no campus, fez um levantamento topográfico que incluiu o mapeamento de árvores. Tivemos a ideia de unificar as informações em um mapa geral. Levantamos mais de 14 mil árvores e sua localização”, conta Vanderlei Braga, geógrafo e coordenador de Geoprocessamento da Coordenadoria de Sustentabilidade, ligada à Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI).

Vanderlei Braga e Marcelo Albieri, da equipe de Geoprocessamento da Unicamp, que está colaborando com o projeto Floresta Urbana
Vanderlei Braga e Marcelo Albieri, da equipe de Geoprocessamento da Unicamp

Floresta Urbana foi idealizado pelo funcionário da Faculdade de Arquitetura e Engenharia Civil, Hélio Cavalheri. O servidor vem cadastrando, na plataforma, milhares de árvores da Unicamp. Seu levantamento identificou, até o momento, 1.969 espécies nativas e 901 exóticas. Também foi sua a ideia do QR Code. Algumas placas já foram colocadas em locais como Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU), Secretaria Executiva de Comunicação (SEC) e Praça da Paz. O aplicativo para coletar as informações  geográficas e dos atributos das árvores foi desenvolvido na Unicamp pelo geógrafo Marcelo Albieri, da DEPI. Ele também foi responsável por treinar Hélio no uso do app.

Assista à reportagem sobre a trajetória de Hélio Cavalheri:

A Flora como patrimônio do campus

A composição atual da flora do campus nasceu do envolvimento de muitas pessoas. O professor Hermógenes Freitas Filho, fundador da Divisão de Meio Ambiente (DMA), trouxe diversas espécies para a Unicamp. “Ele planejava um grande jardim botânico na Universidade. Foi então construído um viveiro de plantas ornamentais e espécies arbóreas”, conta Camila Santos, coordenadora do Serviço de Áreas Verdes da DMA. Essa construção deu início a uma coleção que, para ela, é um patrimônio ambiental e paisagístico.

Para Camila Santos, coordenadora da Divisão de Meio Ambiente da DMA, as árvores compõem o patrimônio ambiental e paisagístico da Universidade
Para Camila Santos, as árvores compõem o patrimônio ambiental e paisagístico da Universidade

Os professores Hermes Pereira e Mario Tamashiro também contribuíram para a diversidade de espécies no campus. Tamashiro trazia sementes de vários lugares e foi responsável por iniciar o mapeamento da flora, o que resultou no livro Árvores do campus. Esse mapeamento, conta a professora Ingrid Koch (Instituto de Biologia), foi a base para ampliar a identificação das espécies, hoje realizada em parceria com a DEPI, FECFAU e DMA.

Ingrid trabalhou junto aos professores e hoje integra a equipe do projeto Floresta Urbana. “O pontapé inicial foi essa tabela do professor Tamashiro, à qual estamos adicionando mais espécies”, diz. Para ela, o campus tem uma coleção preciosa, que enriquece o ensino em sala de aula com trabalhos de campo. Pesquisadores de outras instituições também vêm à Unicamp realizar estudos.

Ingrid Koch (IB) destaca que o mapeamento é objeto de estudos dentro e fora da Unicamp
Ingrid Koch (IB) destaca que o mapeamento colabora em projetos de pesquisa dentro e fora da Unicamp

Como lembra Maria Gineusa de Medeiros e Souza, coordenadora da DMA, as árvores do campus permitem diversas atividades de educação ambiental, como a Semana do Meio Ambiente, realizada em junho. “Essas atividades fazem parte de uma educação socioambiental, uma sensibilização que pode levar as pessoas a se apaixonarem pelas árvores”.

"As árvores do campus permitem diversas atividades de educação ambiental", afirma Maria Gineusa Souza, coordenadora da DMA
“As árvores do campus permitem diversas atividades de educação ambiental”, afirma Maria Gineusa Souza, coordenadora da DMA

Projeto prevê o plantio de mais árvores

A diversidade da flora da Unicamp será ampliada. O projeto Arborização dos Campi prevê o plantio de 800 árvores em quatro anos no campus de Campinas e 200 nos campi de Piracicaba e Limeira. Ele é desenvolvido pela Prefeitura Universitária, DEPI, Secretaria de Administração Regional (SAR), Moradia Estudantil, IB, CPQBA e FECFAU.

Melhora na qualidade do ar, alimento e conforto para a fauna local, redução das ilhas de calor e minimização do impacto da chuva são alguns dos benefícios da arborização. “O verde também traz bem-estar psicológico às pessoas. O contato com a natureza e o ar puro trazem descanso para a mente”, complementa Ingrid.

Melhora na qualidade do ar, alimento e conforto para a fauna local, redução das ilhas de calor e minimização do impacto da chuva são alguns dos benefícios da arborização
Melhora na qualidade do ar, alimento para a fauna, redução das ilhas de calor são alguns dos benefícios da arborização

Os projetos Floresta Urbana e Arborização dos campi integram um conjunto de medidas voltadas para a sustentabilidade: implantação de corredores ecológicos, recuperação de nascentes, Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, implantação de ônibus elétrico e da usina fotovoltaica, entre outros. São iniciativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, aos quais a Universidade aderiu.

TEXTO

LIANA COLL

FOTOS

ANTONIO SCARPINETTI

EDIÇÃO DE IMAGEM

PAULO CAVALHERI

Link para notícia original no Jornal da UNICAMP:

https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2022/06/15/arvores-da-unicamp-um-passeio-pelos-biomas-brasileiros?fbclid=IwAR0QgbCPO62sfDMC0G8Z-FYGvZT62RH-BD5vBXTe-1K28EE71pbid-uEqLE

2ª Edição de evento “Cantos que Encantam” será realizado pela DEPI-GEARE (evento adiado para 15/06)

Atenção, devido as chuvas, o evento foi adiado para dia 15/06

Na Semana do Meio Ambiente Unicamp 2022, cujo tema é “Eu e a sustentabilidade na Unicamp”, a SEMEIA Campinas, a Diretoria de Planejamento Integrado (DEPI) e a Gestão Ambiental e Resíduos (GEARE) realiza atividades no dia 10/06/2022 das 9h30 as 14 horas.

Em parceria com a Faculdade de Educação Física (FEF), a Prefeitura do Campus (através da Divisão de Meio Ambiente e Diretoria de Áreas Verdes), o Laboratório Fluxus, a Câmara Técnica de Educação Ambiental CTEA e a Câmara Técnica de Gestão Lixozero Unicamp CTGLZ., será realizado um encontro na Praça da Paz com a segunda edição do “Cantos que Encantam”.

A proposta é a de promover na comunidade universitária ações e práticas do dia a dia que contribuam para a sustentabilidade na Unicamp.
Serão realizadas diversas atividades recreativas: alongamento, caminhada com identificação de árvores com QR CODE, plantio de árvores e oficina lixo zero.

Ao término das atividades do evento, haverá degustação de pães

Semana do Meio Ambiente Unicamp 2022

Uso Sustentável e Cidadão da Praça da Paz

SEMEIA 2022

PROGRAMAÇÃO 10/06/2022 – “Um dia na Praça da Paz”

9:30 horas – Chegança

• Integração – Maria Gineusa de Medeiros e Souza e Washington Roberto Rodrigues da Silva.
• Segurança e saúde (CECOM) – Orientações GT Retomada Unicamp.

10:00 horas – Roda de Abertura

• Sustentabilidade – Alice Helena de Danielli, Arlindo Boré e Danusia Arantes Ferreira.
• A história da praça – Jorge Luiz Florêncio.
• Floresta Urbana Unicamp – Hélio Cavalheri Junior, Júlio Ghigiarelli Majeau e Vanderlei Braga.

10:30 horas – Canto da Saúde

• Alongamento com Carlos Zamai e Vívian Santos Xavier Silva.
• 10:50 horas – Canto Fauna e Flora
• Caminhada “Conhecendo as Árvores da Praça da Paz” – Amanda Alves de Mello e Lauro dos Santos – Áreas Verdes da Divisão de Meio Ambiente/Prefeitura Universitária.
• Plantio de árvores Pau-Brasil e Jambo doado pelo aluno Miquel da Cruz Almeida Rocha – IFCH.

11:40 às 12:40 horas – Conheça os Projetos e Programas

• LixoZero Unicamp – Profa. Dra. Emilia Wanda Rutkowski e Rebecca Lorenzetti Bezerra – FLUXUS
• Floresta Urbana Unicamp Catalogação das árvores com QR CODE – Hélio Cavalheri Júnior – DEPI – DMA – FECFAU.
• Usina Fotovoltaica da FEEC – Prof. Luiz Carlos Pereira da Silva – Campus Sustentável Energia Limpa Unicamp – João Ito e João Lucas.
• Coletivo Humus – Canto da Compostagem – projeto de alunos – FECFAU e FEAGRI

(Distribuição cartilha e biofertilizante).

• Projeto Recicle – José Maria da Silva – FEAGRI.

12:40 horas – Lanche – Pães da Oficina Pãodemia – Alunas do Programa UniversIDADE.

15:50 horas – Encerramento e Agradecimento aos Parceiros: Áreas Verdes DMA/Prefeitura Universitária, Campus Sustentável CTGE, CECOM, CTEA, CTG Lixo Zero Unicamp, FEF e FLUXUS.

Para acessar a programação completa da SEMEIA Campinas acesso os links:

https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/44607

https://ambientecampinas.wixsite.com/semeia2022

https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/44607

Confira um vídeo da produção dos pães que serão oferecidos através da iniciativa Pãodemia!

Criação da Coordenadoria de Sustentabilidade da UNICAMP

A Unicamp está em busca da sustentabilidade em seus campi desde os anos 2000, quando começaram as primeiras reuniões sobre a necessidade da criação de uma política ambiental, que, em um primeiro momento, foi representada pelo Grupo Gestor de Resíduos, junto à Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU), criado através da Resolução GR-94/2003. A Política Ambiental para a Unicamp foi institucionalizada em novembro de 2010, através da Deliberação CONSU 533/2010, a partir do Grupo Gestor Ambiental/CGU. Como evolução à Política Ambiental, a Unicamp criou o Sistema de Gestão Universidade Sustentável, que culminou na criação do Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS) através da Resolução 41/2014. Desde 2018, o GGUS integra o quadro da DEPI e colabora, através das Câmaras Técnicas de Gestão, com o levantamento e a assessoria nas áreas de sustentabilidade: Resíduos, Energia, Fauna e Flora, Educação Ambiental, Campus Inteligente e Recursos Hídricos.

Desde 2019, a DEPI realiza o levantamento de dados de sustentabilidade, a elaboração dos indicadores de sustentabilidade e a submissão desses indicadores ao sistema de ranqueamento de universidades sustentáveis UI GreenMetric, além de monitorá-los e de desenvolver projetos de melhoria em sustentabilidade para atividades de gestão, manutenção e operação da Unicamp. Até 2021, essa tarefa era escopo do Plano Diretor Integrado da Unicamp e, a partir da criação da Coordenadoria de Sustentabilidade, em 2022 (Diário Oficial do Estado de São Paulo de 13 de abril de 2022), passou a ser uma de suas responsabilidades, contribuindo para a gestão e melhoria contínua na transição para a Unicamp sustentável.

Considerando que o Planejamento Estratégico 2021-2025 da Unicamp explicitou o compromisso institucional com o desenvolvimento sustentável e o trouxe como visão de futuro para a Unicamp, associando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aos Objetivos Estratégicos do Planes de forma transversal, a CSUS estabelece os seguintes parâmetros da essência: 

Missão: planejamento, concepção, monitoramento e gestão de processos recorrentes e atividades operacionais e de ensino, pesquisa e extensão, orientadas à sustentabilidade na Unicamp, sua comunidade acadêmica e entorno. 

– Visão: posicionar a Unicamp como referência latinoamericana de planejamento apoiado em dados e gestão sustentável de ativos humanos, naturais, estruturais e econômicos. 

Objetivos: 

  • assessorar a administração central e articular a comunidade acadêmica para implementação e acompanhamento da Política de Sustentabilidade. 
  • representar a Unicamp nas discussões locais, regionais, nacionais e internacionais sobre sustentabilidade em universidades. 
  • promover a cultura de decisão apoiada em dados e informações georreferenciadas na gestão da sustentabilidade na Unicamp.

Para alcançar esses objetivos, três áreas integram a CSUS: Campus Sustentável, Geoprocessamento e Grupo Gestor Universidade Sustentável. A equipe da CSUS é composta por: assessores docente Prof. Dr. Henrique Nogueira de Sá Earp e Prof. Dr. Luiz Carlso Pereira da Silva, coordenadora urbanista Dra. Thalita dos Santos Dalbelo, engenheiras civis Adriana Dieguez e Gabriela Marques Romero, engenheiro eletricista Glauco Niro, engenheiro mecânico Fernando Cesar Vieira, geógrafo Dr. Vanderlei Braga (coordenador de Geoprocessamento) e pelos profissionais (bacharéis e licenciados em Geografia) Marcelo de Campos Garcia Albieri, Renato Lopes Campagnoli e William Chinelato.

https://www.depi.unicamp.br/csus/

  • O Campus Sustentável realiza projetos na Unicamp na área de energia. Atualmente, compõe o quadro da Coordenadoria de Sustentabilidade da DEPI, com a visão de transformar a Unicamp em uma referência de Gestão Sustentável dos Recursos Humanos, Naturais e Econômicos. Para isso, sua missão é trabalhar com parceiros internos e externos à universidade na concepção, elaboração, contratação, execução, gerenciamento e divulgação de projetos especiais em sustentabilidade e eficiência sob o conceito de Laboratório Vivo. Um dos projetos realizados pelo Escritório Campus Sustentável é o Projeto Campus Sustentável, uma parceria entre a Unicamp e a CPFL Energia, que se iniciou em agosto de 2017, com investimento no âmbito dos programas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e PEE (Programa de Eficiência Energética) da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). O Projeto visa melhorar a infraestrutura do campus e, através do estudo e desenvolvimento de novas tecnologias, aprimorar o ensino e a pesquisa, transformando a Unicamp no maior Laboratório Vivo de Sustentabilidade Energética da América Latina. Atualmente, esta coordenadoria elabora projetos sustentáveis nas áreas de infraestrutura, meio ambiente, mobilidade, energia, mudanças climáticas, água, resíduos, ensino e pesquisa, desenvolvimento social e cultural. Os projetos são desenvolvidos no conceito de laboratórios vivos, espaços físicos e institucionais para processos colaborativos que agem sobre desafios complexos de cunho social e tecnológico do desenvolvimento sustentável. Neles podem existir parcerias público-privadas em que empresas, poder público e comunidade local criam soluções através de inovação, as experimentam, validam, desenvolvem protótipos e as apresentam ao mercado. Esse é um processo co-criativo que permite a integração efetiva entre pesquisa e inovação em um espaço físico determinado com a colaboração de profissionais técnicos e acadêmicos e usuários do espaço. As soluções desenvolvidas no território da Unicamp têm o potencial de impactar a mudança cultural na sociedade. Os campi da universidade devem constituir-se em nichos de transição para sustentabilidade, adotando a abordagem de problemas por meio de laboratórios vivos. A equipe do Campus Sustentável é coordenada pelo Prof. Dr. Luiz Carlos Pereira da Silva e possui mais de 80 colaboradores entre pesquisadores, funcionários, docentes e apoio externo. 

http://www.campus-sustentavel.unicamp.br/

  • A Coordenadoria de Serviço de Geoprocessamento tem a missão de criar, manter e disponibilizar informações e análises geográficas dos aspectos infraestruturais, ambientais e humanos sobre a Universidade, em várias escalas, com o propósito de subsidiar ações e políticas de gestão e planejamento, especialmente aquelas ligadas à sustentabilidade. Nesse sentido, torna-se uma ferramenta eficaz de planejamento e gestão do(s) território(s) da Universidade, além, de ser, ao mesmo tempo, um canal de comunicação e transparência com a comunidade interna e externa ao possibilitar a concentração, produção e disponibilização das informações geográficas de forma sistematizada e padronizada. Dessa forma, subsidia o planejamento e gestão da Universidade ao possibilitar a concentração, produção e disponibilização das informações geográficas de forma sistematizada e padronizada para as ações de curto, médio e longo prazos. Já disponibiliza a toda a comunidade interna e externa, através do Atlas da Unicamp (atlas.unicamp.br), um conjunto enorme de informações geográficas sobre diversos temas e categorias, indo ao encontro da proposta de uma Universidade mais transparente perante a sua comunidade, o seu entorno, o município, o estado, o país e o mundo. A implantação e consolidação da cultura do georreferenciamento e da inteligência geográfica para ações de gestão e planejamento é mais uma das expressões da Universidade em relação à sua forma de atuação e compromisso com a sociedade. O mapeamento e construção de um conjunto de informações geográficas físicas e humanas sobre a Unicamp, nas mais variadas escalas e sobre um leque enorme de temas (como ilustrado abaixo), permite compreender e enxergar a Universidade e o seu papel fundamental de ensino, pesquisa e extensão com outro olhar, permitindo novas interpretações da sua realidade. 

https://www.depi.unicamp.br/geo/

  • O Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS), tem como missão construir, desenvolver e implementar políticas, diretrizes e normatizações para a universidade sustentável, tendo como fundamentos a melhoria contínua e o desempenho ambiental, econômico e social. O GGUS foi criado através da Resolução GR nº 41/2014 (alterada pela Resolução GR-29/2015) e é coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Carlos Pereira da Silva. O GGUS é composto pelas Câmaras Técnicas de Gestão, que atuam como assessoras na integração do planejamento sustentável dos campi e nas soluções técnicas para problemas, visando à sustentabilidade da universidade. A contribuição das câmaras técnicas está fundamentada na experiência executiva, na integração e na capilaridade das ações de gestão da Unicamp como uma universidade sustentável. Compostas por docentes da Unicamp, convidados externos, pesquisadores e secretários executivos que auxiliam nas atividades de planejamento, de implantação e de gerenciamento das ações sustentáveis na Unicamp, cada câmara técnica está relacionada a uma categoria de sustentabilidade. Hoje existem nove câmaras em funcionamento:
  • I. CTGE – Câmara Técnica de Gestão de Energia;
  • II. CTGRH – Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos;
  • III. CTGFF – Câmara Técnica de Gestão de Fauna e Flora;
  • IV. CTGR – Câmara Técnica de Gestão de Resíduos;
  • V. CTEA – Câmara Técnica de Educação Ambiental;
  • VI. CTGCIn – Câmara Técnica de Gestão de Campus Inteligente;
  • VII. CTGLZ – Câmara Técnica de Gestão Lixo Zero;
  • VIII. CTGMob – Câmara Técnica de Gestão de Mobilidade;
  • IX. CTGDados – Câmara Técnica de Gestão de Dados.

https://www.depi.unicamp.br/ggus/

Transição Energética para o Estado de São Paulo é tema de Centro de Pesquisa da UNICAMP

imagem mostra logo do centro paulista de estudos da transição energética

“Aproximar a Universidade da gestão pública de energia no Estado e contribuir com o governo para que São Paulo faça uma transição energética mais adequada e acelerada”. Luiz Carlos da Silva, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC/Unicamp) e coordenador do GGUS – Grupo Gestor Universidade Sustentável (DEPI) , é categórico ao afirmar que a transição para fontes renováveis é uma das saídas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Foi a partir desse debate que se constituiu o Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn), aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs).

O CPTEn promoverá pesquisas interdisciplinares a partir de oito eixos temáticos, reunindo engenheiros, economistas, advogados, educadores, cientistas da computação, políticos, geólogos e jornalistas. Essa ação se soma ao trabalho que vem sendo realizado desde agosto de 2017 na Cidade Universitária Zeferino Vaz, sede da Unicamp em Campinas.

“O projeto, que terá duração de cinco anos, só foi possível porque já tínhamos um laboratório vivo, o campus da Unicamp, para estudar problemas e as soluções utilizadas nas cidades do futuro. No Laboratório Vivo de Transição, Eficiência e Sustentabilidade Energética Campus Sustentável foi possível identificar problemas de gestão em um ambiente real, onde convivem diariamente cerca de 50 mil pessoas e onde há uma rede própria de energia elétrica, além de um sistema de mobilidade urbana. Esse ambiente serve de espaço de experimentação”, destaca o professor, assinalando a possibilidade de transposição das iniciativas para fora do ambiente universitário.

foto mostra professor luiz carlos pereira falando ao microfone
Luiz Carlos Silva: “O projeto do CPTEn só foi possível porque já tínhamos um laboratório vivo, o campus da Unicamp”  (foto: Antonio Scarpinetti)

Segundo o coordenador do CPTEn, a matriz energética brasileira é majoritariamente renovável, mas a produção de energia é um dos fatores de alto impacto ambiental, dadas as enormes emissões de poluentes ligadas ao setor. Além disso, o cenário nacional apresenta significativas falhas de eficiência.

“No Estado de São Paulo, são 30 mil unidades consumidoras ligadas à gestão estadual nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Entre elas, temos 5 mil escolas públicas, hospitais e presídios”, exemplifica. São essas instalações com diferentes características que o CPTEn pretende estudar, buscando reduzir o desperdício.

O Brasil oferece acesso universal à energia elétrica, hoje disponível para mais de 99% da população. Mas é possível melhorá-lo. “Uma parcela dos consumidores tem acesso precário a ela, principalmente na Região Amazônica. Um dos temas que pretendemos abordar no CPTEn são soluções baseadas em energias renováveis para essas comunidades isoladas”, explica o coordenador.

O planejamento engloba também a formação de profissionais e usuários. “Um problema que atacaremos está na área de educação e capacitação, a chamada “reeducação energética”. As pessoas precisam reaprender a conviver com a energia, pois o desperdício contribui para a situação insustentável que vivemos”, explica. Isso é necessário, pois a transição energética traz muitas mudanças nas tecnologias associadas à produção, uso e gestão da energia elétrica. 

foto mostra locais da unicamp com placas de energia fotovoltaica
Iniciativas implementadas na Unicamp atuam em direção à transição energética. No campus de Barão Geraldo, painéis de energia fotovoltaica geram 534 kWp de energia (fotos: divulgação)

Outra questão a ser aprofundada no CPTEn é a contratação de energia. “Esperamos atuar para que os agentes públicos, grandes consumidores de energia, possam migrar para o mercado livre e assim comprar uma energia mais barata, diminuindo os custos dos serviços prestados pelo Estado, o que terá efeitos nos custos arcados pela sociedade”, esclarece. Conforme o pesquisador, essa ação visa a atingir cerca de 30 mil unidades consumidoras somente no Estado de São Paulo, podendo beneficiar também agentes públicos espalhados por todo o país. Organizado em dois grupos, o mercado de energia brasileiro é formado pelo Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No ACL, existe concorrência entre os fornecedores para atender aos grandes clientes. A Unicamp, por exemplo, compra energia do ACL há quase duas décadas, economizando anualmente cerca de 10 milhões de reais. Nesse ambiente, a energia é mais barata, uma vez que os contratos são de longo prazo e há concorrência entre fornecedores. Com isso, alcança-se uma redução de 20% a 30%, comparado ao preço do ACR. Entretanto, a Unicamp é a única universidade pública inserida nessa negociação.

Acesso à informação 

Outra inovação que o Centro Paulista de Transição Energética (CPTEn) propõe é o Plano de Comunicação (PaCom), estimulando uma mudança cultural para o fomento da sustentabilidade. De acordo com Barbara Teruel, professora da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e coordenadora de comunicação do CPTEn, o acesso à informação científica é indispensável para a participação das pessoas nas tomadas de decisões de uma sociedade. Uma das principais atividades dessa estratégia é a produção de conteúdos sobre as pesquisas em desenvolvimento para público amplo e especializado.
 
“A meta é possibilitar que as realizações do Centro estejam acessíveis e façam sentido aos diversos públicos, contribuindo não apenas para o desenvolvimento dos diferentes projetos, mas também com uma mudança cultural que fomente a inovação e a sustentabilidade”, pondera a coordenadora. Além disso, o PaCom contribuirá para a formação de comunicadores e divulgadores de Ciência.

foto mostra ônibus elétrico que circula pela unicamp
Ônibus elétrico compõe a frota de circulares internos do campus. Um dos objetivos do Centro é fomentar uma mudança cultural na sociedade (foto: divulgação)  

Parcerias

O CPTEn conta com uma série de parceiros. Entre as universidades brasileiras, estão: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo — campus Avançado São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” — campi Sorocaba e São João da Boa Vista, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Goiás e Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer. Dentre as estrangeiras, a Lappeenranta-Lahti University of Technology e a Delft University of Technology (TUDELFT), dos Países Baixos.  As empresas Companhia Paulista de Força e Luz, Companhia Piratininga de Força e Luz, Companhia Jaguari de Energia, RGE Sul Distribuidora de Energia S.A, Empresas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) e a Radaz Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda, bem como a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo também apoiam o Centro. 

Hugo Figueroa, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) e coordenador de parcerias do CPTEn destaca a importância das parcerias para a proposta. “A interação com essas instituições-parceiras permitiu a elaboração de um plano de trabalho com alto grau de originalidade, harmonioso, coerente e de altíssimo nível científico e de inovação, alinhado com a realidade do mercado e visando soluções efetivas para os problemas urgentes da sociedade paulista na questão da transição energética.”

Essas empresas mantêm um histórico de colaboração com os vários grupos de pesquisa da Unicamp que compõem a equipe do CPTEn. O objetivo é consolidar as atuais parcerias e ampliá-las, promovendo a conexão desse ecossistema com a academia e a indústria.

Formação

Mais de 165 pessoas estiveram envolvidas no desenvolvimento do Centro Paulista de Transição Energética (CPTEn). Dulcineia Cruz, graduanda da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, é bolsista no Campus Sustentável e participou da elaboração do Centro. Ela ressalta a importância desse percurso e o quanto tem aprendido sobre energias renováveis e eficiência energética. 

“Foi algo incrível participar do CPTEn desde seus primeiros passos. Como estudante da graduação, trabalhar ao lado de pessoas engajadas com a transição energética tem sido bastante motivador. A dedicação da equipe foi enorme”, finaliza.

Autor

Inácio de Paula – Campus Sustentável

Fotos

Divulgação

Câmara Técnica de Gestão Campus Inteligente do GGUS-DEPI lança mapa e painel de controle em tempo real sobre dispositivos conectados à rede Wi-Fi da UNICAMP

O dashboard “UNICAMP – Conexões por ponto de Wi-Fi, em tempo real”, idealizado pela Câmara Técnica de Gestão Campus Inteligente – CTGCIn (que faz parte do Grupo Gestor Universidade Sustentável – GGUS/DEPI), está no ar e mostra a distribuição geográfica e o número de dispositivos (como celulares, notebooks etc.) conectados à rede sem fio conhecida como eduroam. O número de conexões por AP (Access Point, que é o transmissor de sinal de Wi-Fi) é atualizado a cada 2 minutos, o que permite visualizar, em tempo real, a quantidade de aparelhos conectados a esta rede e estimar a distribuição geográfica de pessoas no campus. É importante destacar que este sistema não coleta qualquer identificação pessoal, ocorrendo apenas a contagem de dispositivos por AP.

O Centro de Computação da Unicamp (CCUEC) já possuía a informação do número de conexões por AP, mas a ideia foi de disponibilizá-la através de um dashboard (ou painel de controle) contendo um web map dinâmico, interligado a indicadores e gráficos também dinâmicos. Para isso, a equipe técnica da Coordenadoria de Geoprocessamento (CGEO), área pertencente à Coordenadoria de Sustentabilidade (CSUS) da DEPI/GR/UNICAMP, utilizou a plataforma ArcGIS para viabilizar a integração dos dados entre CCUEC e o banco de dados geográficos de distribuição dos APs no campus, através do servidor de dados em tempo real ArcGIS GeoEvent.

A equipe técnica do CCUEC padronizou e disponibilizou a fonte de dados que, por sua vez, alimenta diretamente o banco de dados geográficos com informações como o número de conexões e o status do AP. Essas informações são mostradas em forma de mapas temáticos quantitativos e qualitativos, com diferentes camadas (representadas, por exemplo, como mapa de calor) e integradas ao mesmo banco de dados. O web map também está interligado aos indicadores e gráficos, todos atualizados automaticamente. O próximo passo neste projeto é o mapeamento dos APs internos das unidades. Isto acontecerá por meio da disponibilização de uma ferramenta para os administradores de TI cadastrarem os equipamentos que estão dentro do domínio das diferentes unidades de ensino e pesquisa.

Esta iniciativa abre várias possibilidades de novas integrações com sistemas e dispositivos inteligentes que geram informações que possam ser visualizadas em web maps dinâmicos e em tempo real. A disponibilização de informações georreferenciadas de transporte urbano e mobilidade, sistemas de monitoramento (fauna silvestre nos corredores ecológicos, monitoramento dos reservatórios e de enchentes, segurança) entre outros que subsidiam a gestão e o planejamento da Universidade vai ao encontro da construção de um campus realmente “inteligente”.

A CTGCIn, criada em outubro de 2018, é composta pelos/as docentes Juliana Freitag Borin (IC – coordenadora da CTGCIn), Henrique Cândido de Oliveira (FECFAU), Ieda Kanashiro Makiya (FCA) e Leandro Tiago Manera (FEEC) e pelos/as profissionais Cleusa Regina Manga Ribeiro Milani (profissional TI/CITIC), Rachel de Carvalho Paschoalino (profissional TI/CCUEC), Rafael Pereira de Sousa (profissional TI/Prefeitura Universitária), Tania Almeida (colaboradora aposentada UNICAMP) e Vanderlei Braga (geógrafo/DEPI-Geoprocessamento), atuando na proposta de diretrizes para nortear o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias que visem tornar os campi da universidade mais inteligentes.

Além disso, a câmara busca promover a integração de diferentes soluções tecnológicas (nas camadas de conectividade, dados e aplicações) de campus e cidade inteligente desenvolvidas na Universidade. Para isso, a articulação entre órgãos, unidades e grupos da universidade que têm intersecção com essa temática tem sido fundamental. Em breve, a equipe da câmara ampliará sua interação com a comunidade por meio da disponibilização de um mapa colaborativo onde pessoas ligadas à Unicamp que tenham projetos que utilizam dispositivos inteligentes (como sensores, atuadores, medidores inteligentes) poderão indicar a localização destes equipamentos. Este mapeamento potencializará parcerias entre diferentes projetos promovendo a migração de um campus digital para um campus inteligente.

Para acessar o Atlas UNICAMP:

Círculos proporcionais e mapa de calor representando o número de conexões por AP em tempo real, às 11:30 hs do dia 19/05/2022.

Círculos proporcionais e mapa de calor representando o número de conexões por AP em tempo real, às 16:00 hs do dia 19/05/2022.

Buffers de 50 metros e número de conexões por AP em tempo real, às 9:15 do dia 20/05/2022.

Projeto de implantação de corredores ecológicos e recuperação de nascentes é aprovado na UNICAMP

Proposta visa conectar fragmentos de mata nativa, contribuindo para proteção da fauna e da flora da região

audiodescrição: mapa colorido do projeto de corredores ecológicos
Projeto de corredores ecológicos visa conectar fragmentos de mata nativa 

Onça parda, lobo guará, guaxinim, veado, cachorro do mato. Esses são alguns dos animais que circulam nos arredores do campus da Unicamp em Campinas. Junto à flora da Mata Atlântica, as espécies compõem as belezas nativas do território. No entanto, estão em situação de risco devido ao avanço da urbanização e à derrubada da mata. Para permitir o trânsito seguro dos animais e recuperar as espécies da flora, o Projeto Corredores Ecológicos no Campus da Unicamp e Região foi aprovado pela Comissão de Planejamento Estratégico Institucional da Universidade (Copei). 

Os corredores ecológicos irão restabelecer e conectar remanescentes de mata nativa na região da Fazenda Argentina, área de 1,4 milhão de metros quadrados adquirida pela Unicamp em 2014. A conexão entre os fragmentos de mata deverá permitir a troca gênica das espécies de fauna e flora, evitando sua degeneração. O plano também contempla a conexão e recuperação de nascentes de água. 

A previsão é que, em cinco anos, sejam criados 217.000m² de corredores ecológicos, 300.000m² de área de plantio, 92 metros de passadores de fauna e 6.500 metros de cercamentos de corredores. O plantio está previsto para ser iniciado na próxima estação chuvosa, a partir de setembro, e seguirá o mapeamento das espécies nativas realizado pela professora do Instituto de Biologia (IB) Dionete Santin.

audiodescrição: fotografia colorida de área da fazenda argentina
Corredores serão implementados na área da Fazenda Argentina (foto: Antonio Scarpinetti)

A proposta de criação dos corredores e recuperação de nascentes integra o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), criado para ser um distrito modelo em sustentabilidade. O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, destaca que o projeto está alinhado ao compromisso da Universidade com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS propõem metas para a eliminação de problemas globais, como pobreza, desigualdades, fome e degradação ambiental, a serem cumpridas até 2030.

“O projeto de corredores ecológicos é fundamental para que a ocupação da Fazenda Argentina e, de modo mais abrangente, de toda a área do HIDS, se dê de forma sustentável, refletindo o compromisso da Unicamp com a agenda de 2030 da ONU”, pontua Meirelles. 

Recuperação da mata nativa e das nascentes

audiodescrição: fotografia colorida de camila santos, coordenadora do serviço de áreas verdes da unicamp
Degradação da vegetação ocorreu devido à expansão urbana e ao uso do solo para agropecuária, explica a coordenadora do Serviço de Áreas Verdes da Unicamp, Camila Santos (foto: Antonio Scarpinetti)

Na área em que está localizada a Fazenda Argentina, há fragmentos da Mata Atlântica, bioma que perdeu 88% da sua vegetação nativa devido à ação humana. O distrito de Barão Geraldo, onde se localiza o campus de Campinas da Unicamp, também é caracterizado por ser uma zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e Cerrado, o que favorece uma grande diversidade de espécies. 

Segundo a coordenadora do Serviço de Áreas Verdes da Divisão de Meio Ambiente da Unicamp, Camila Santos, a degradação da vegetação da região se deu em razão da expansão urbana e do uso do solo para agropecuária. As características da degradação dificultam a regeneração da mata de forma natural. “Há alguns fatores que impedem que a mata se regenere. Por exemplo, aqui é uma área rural com bastante capim, um solo muito mexido por causa da agropecuária. Por isso é importante fazer os plantios”, avalia. 

audiodescrição: fotografia colorida da coordenadora de sustentabilidade da Unicamp, Thalita Dalbelo
Passadores de fauna serão implementados para promover a circulação segura dos animais, aponta a coordenadora de Sustentabilidade da Unicamp, Thalita Dalbelo (foto: Antonio Scarpinetti)

Outro fator decisivo para a regeneração da flora é a presença de animais. Os passadores, além de permitirem a circulação segura, irão promover a disseminação das espécies da mata. O projeto contempla passadores superiores, para fauna arborícola, e inferiores, para fauna terrestre. “Os passadores inferiores são implantados quando há uma sobreposição entre um corredor e uma via de trânsito, de forma que os animais consigam fazer a transposição”, explica a coordenadora de Sustentabilidade da Unicamp, Thalita Dalbelo. 

A conexão e recuperação de nascentes, também contemplada na proposta, será importante para propiciar água aos animais. A Fazenda Argentina abriga parte da bacia do Rio das Pedras e o Ribeirão Anhumas. Ao recompor a mata ao longo dos corpos d’água, evitam-se processos de erosão e assoreamento, garantindo melhoria na qualidade da água.  

Corredores ecológicos da Unicamp integram projeto macrorregional

audiodescrição: fotografia colorida de veado
Degradação ambiental resulta em circulação de animais em zonas urbanas; recuperação da mata nativa mitiga o problema (foto: CEMA/Unicamp)

Os corredores dão sequência às ações de preservação ambiental da DMA da Unicamp. Em 2012, observando o elevado número de atropelamentos de animais, o órgão iniciou a instalação de placas de advertência para motoristas e o cercamento parcial das Áreas de Preservação Permanente (APP) localizadas no campus. Em um ano, houve uma diminuição de 70% nos atropelamentos. 

Depois disso, teve início a implantação de corredores que interligam manchas de floresta e de APPs. Em 2016, a Prefeitura de Campinas estabeleceu o Plano Municipal do Verde, cujas resoluções foram elaboradas com a participação da Unicamp. “Foi uma contribuição nossa ao município de Campinas e agora daremos início a esse plano”, afirma Thalita.

audiodescrição: fotografia colorida de paulo de tardo, coordenador do centro de monitoramento animal da unicamp
Coordenador do Centro de Monitoramento Animal da Unicamp, Paulo de Tarso pontua que corredores ecológicos da Fazenda Argentina integram plano macrorregional (foto: Antonio Scarpinetti)

O plano prevê linhas de conectividade para Campinas e região metropolitana, dentro das quais se inserem os corredores a serem implementados na Fazenda Argentina. “Participamos desse projeto macrorregional de integração dos nossos corredores com os de fora do território da Unicamp para viabilizar a sobrevivência das espécies em toda a região. Dessa forma, teremos uma comunicação segura entre os fragmentos, evitando que os animais venham para as vias e sejam atropelados”, explica o coordenador do Centro de Monitoramento Animal (CEMA) da DMA, Paulo de Tarso. 

A previsão é que dez anos após o plantio já exista uma mata amadurecida. O monitoramento do crescimento da vegetação e do uso dos corredores pelos animais será constante. 

Proposta contribui para a persistência de espécies

Além de conectar os fragmentos de mata e recuperá-los, os corredores contribuem para o fortalecimento genético das espécies da fauna. Quando os animais estão isolados em um mesmo espaço, pode ocorrer perda da adaptabilidade e até extinção. “Possibilitar que animais de uma mesma espécie tenham contato com indivíduos de outros grupos permite a troca genética entre eles e a viabilização desses grupos no ambiente regional como um todo”, diz Paulo, idealizador do projeto.

Ele destaca que os corredores buscam devolver um equilíbrio mínimo às espécies, o que é relevante não só para elas, mas também para a saúde pública. “Sem isso, estamos sujeitos a problemas como a pandemia de Covid-19. Há microorganismos circulando em ambientes selvagens. Quando invadimos e degradamos esses espaços, eles passam a ter acesso a nós”, aponta. 

audiodescrição: fotografia colorida do professor de zoologia Wesley Silva
“A implantação dos corredores visa reduzir o impacto da fragmentação, promovendo uma conectividade maior”, diz o coordenador de patrimônio do HIDS, Wesley Silva (foto: Antonio Scarpinetti)

Os benefícios que os sistemas naturais promovem, denominados serviços ecológicos, poderão ser fortalecidos por meio do projeto. Dentre eles, a redução da temperatura e melhoria na qualidade do ar. “A implantação dos corredores visa reduzir o impacto da fragmentação, promovendo uma conectividade maior. Talvez nunca mais tenhamos uma mata contínua, mas podemos mitigar o problema. Enquanto existirem, os corredores poderão garantir uma troca mínima de genes entre populações de plantas e animais e permitir que fauna e vegetação caminhem pelos corredores, o que promove a manutenção dos serviços ecológicos”, explica o coordenador de patrimônio do HIDS e professor de Zoologia do Instituto de Biologia da Unicamp, Wesley Silva. 

Corredores ecológicos integram missão do HIDS

O Projeto Corredores Ecológicos é de responsabilidade da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI) e conta com a contribuição de diversos órgãos da Unicamp. Além da Divisão de Meio Ambiente da Prefeitura Universitária, há a participação da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) e de unidades de ensino. O envolvimento de múltiplas áreas para a utilização do espaço como um laboratório vivo é incentivado pela Reitoria. 

audiodescrição: fotografia colorida da professor gabriela celani
“Nosso exemplo de como lidar com situações de fragilidade ambiental poderá ser uma referência para outras universidades”, afirma coordenadora do componente físico-espacial do HIDS, Gabriela Celani (foto: Antonio Scarpinetti)

Integrada ao HIDS, a proposta alinha-se à preocupação da Universidade em fortalecer ações direcionadas à sustentabilidade. A coordenadora do componente físico-espacial do HIDS e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, Gabriela Celani, indica que o projeto de ocupação da Fazenda Argentina está sendo elaborado levando em conta a proteção dos corredores ecológicos e das APPs. Redução da densidade de construções nas regiões próximas aos corredores e zonas de amortecimento são medidas que ela cita como possibilidades. 

“O projeto do HIDS e dos corredores pode servir de modelo para outras universidades. Sabemos que muitos campi estão em zonas periurbanas como a nossa e estão implantando regiões de conhecimento, áreas em que há parques tecnológicos e incubadoras de empresas. Com a aproximação de instituições de pesquisa e desenvolvimento, ocorre um processo de urbanização. Nosso exemplo de como lidar com situações de fragilidade ambiental poderá ser uma referência para outras universidades”, afirma. 

TEXTO
LIANA COLL
FOTOS
ANTONIO SCARPINETTI |CEMA/UNICAMP
EDIÇÃO DE IMAGEM
PAULO CAVALHERI

Link para a notícia Original no site do Jornal da UNICAMP:
https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2022/05/23/projeto-de-implantacao-de-corredores-ecologicos-e-recuperacao-de-nascentes-e